Fogo!
Tudo chama
Clara, lânguida flama
Vela.
Friday, September 2, 2011
Saturday, July 16, 2011
Manifesto
De que adianta a vida
Que se resume a sobrevida?
Vale o que?
Se o coração teimoso sem vontade bate
O cartão de ponto,
O apito do dia,
O pino da vida.
Espírito posto no horizonte,
Doce memória.
Alvorada dos povos, já ilusão
O dia já vai anoitecer
Melancolia
Em tudo bate o coração, ignaro.
Sangue de pó
E enquanto não descansa,
não traz descanso.
Só desgosto.
Esgoto.
Nada mais toca o pensamento,
nada mais entoca.
Em nenhum lugar ecoa
De nenhum lugar soa.
O mundo acabou,
Não há nada que não seja vilania e desespero
Que se resume a sobrevida?
Vale o que?
Se o coração teimoso sem vontade bate
O cartão de ponto,
O apito do dia,
O pino da vida.
Espírito posto no horizonte,
Doce memória.
Alvorada dos povos, já ilusão
O dia já vai anoitecer
Melancolia
Em tudo bate o coração, ignaro.
Sangue de pó
E enquanto não descansa,
não traz descanso.
Só desgosto.
Esgoto.
Nada mais toca o pensamento,
nada mais entoca.
Em nenhum lugar ecoa
De nenhum lugar soa.
O mundo acabou,
Não há nada que não seja vilania e desespero
09/julho/2010
Sunday, July 10, 2011
Anima
Fala a minha mulher
Interna
Aos meus sentimentos
Mas fala
Com a voz que me deu
Minha mãe
Conta um segredo
Um desejo de me ouvir cantar
Que me diz assim:
Sou sangue do teu sangue
Quando pulsa no peito
A paixão proibida
O amor e o ódio que sentes profundo,
Calado, cativo
Sou tua musa escondida
Tua bela perdida
Num fundo, num mundo qualquer
Que cantas,
Que chamas
Que juras
Mas enfim, não quer.
Sou tua costela roubada,
Tua morte antecipada
(teu segredo mais íntimo)
Sou podre, sou puta,
Sou bruxa, sou
Mulher
Sou tua filha perdida
Tua mãe escondida
Dos teus delitos cruéis
Sou madre, sou santa,
Sou um canto
Uma idéia
Um revés
Sou minha filha cativa
Minha voz perdida
Nos teus delírios cruéis
Sou maré, sou tantra
Sou o barro,
Sou alguém
Que não és
Sou tua filha, cativa
Numa torre, minha
- - - - - - - - - própria
- - - - - - - - - saída.
Numa mente, fechada
Numa dura, fachada
Numa palavra,
a trois
demência
amor.
Interna
Aos meus sentimentos
Mas fala
Com a voz que me deu
Minha mãe
Conta um segredo
Um desejo de me ouvir cantar
Que me diz assim:
Sou sangue do teu sangue
Quando pulsa no peito
A paixão proibida
O amor e o ódio que sentes profundo,
Calado, cativo
Sou tua musa escondida
Tua bela perdida
Num fundo, num mundo qualquer
Que cantas,
Que chamas
Que juras
Mas enfim, não quer.
Sou tua costela roubada,
Tua morte antecipada
(teu segredo mais íntimo)
Sou podre, sou puta,
Sou bruxa, sou
Mulher
Sou tua filha perdida
Tua mãe escondida
Dos teus delitos cruéis
Sou madre, sou santa,
Sou um canto
Uma idéia
Um revés
Sou minha filha cativa
Minha voz perdida
Nos teus delírios cruéis
Sou maré, sou tantra
Sou o barro,
Sou alguém
Que não és
Sou tua filha, cativa
Numa torre, minha
- - - - - - - - - própria
- - - - - - - - - saída.
Numa mente, fechada
Numa dura, fachada
Numa palavra,
a trois
demência
amor.
Saturday, June 25, 2011
Old Poems of the Light Son: Menina dos olhos
Onde estão as meninas
Azuis
Nos olhos dos céus afegãos
Reflexão da loucura
Da vaidade
Onde estão as jovens meninas
Dos olhos bombásticos
Estáticos
Bobos, vidrados
Nos vidros das selvas de vidros
E quando elas acordam
Do acorde dos sonhos
O que elas olham?
E quando dormem os olhos
O que eles sonham?
Onde estão os sorrisos
Dessa nação
Pudica nos campos de areia
Ao vento
Alheia ao mundo
Onde estão os jovens meninos
Da terra deserta, inerte
Lutando por suas mulheres férteis
Sozinhos
Combalidos, perdidos
E quando vem os soldados cruzados
A repetir no futuro o passado
O que eles vêem?
E quando vem os soldados armados
A repetir da justiça o passado
O que pensam?
Azuis
Nos olhos dos céus afegãos
Reflexão da loucura
Da vaidade
Onde estão as jovens meninas
Dos olhos bombásticos
Estáticos
Bobos, vidrados
Nos vidros das selvas de vidros
E quando elas acordam
Do acorde dos sonhos
O que elas olham?
E quando dormem os olhos
O que eles sonham?
Onde estão os sorrisos
Dessa nação
Pudica nos campos de areia
Ao vento
Alheia ao mundo
Onde estão os jovens meninos
Da terra deserta, inerte
Lutando por suas mulheres férteis
Sozinhos
Combalidos, perdidos
E quando vem os soldados cruzados
A repetir no futuro o passado
O que eles vêem?
E quando vem os soldados armados
A repetir da justiça o passado
O que pensam?
Circa 2005
Old Poems of the Light Son: Compreender
Distingue o homem tolo a obra alheia
Como se alheia fosse de vontade,
Finita e morta de necessidade,
A alma, o engenho, a obra, estreita, anseia.
Mas se adentro, a arte pulsa a veia,
Saltando aos olhos sua intimidade,
Esta janela e espelho da verdade
Sustenta o ser já fundo de idéia.
Mutando a mente, o ser se muda junto
Do artista, de sua obra e dessa vida
Pois dentro e fora e adentro se transforma.
Entende-se na obra a própria forma
Transforma-a no seu íntimo movida
Confeccionando-a, nova, em novo mundo
Para a professora Maria Nazaré de Camargo P. Amaral
04 de setembro de 2006
Como se alheia fosse de vontade,
Finita e morta de necessidade,
A alma, o engenho, a obra, estreita, anseia.
Mas se adentro, a arte pulsa a veia,
Saltando aos olhos sua intimidade,
Esta janela e espelho da verdade
Sustenta o ser já fundo de idéia.
Mutando a mente, o ser se muda junto
Do artista, de sua obra e dessa vida
Pois dentro e fora e adentro se transforma.
Entende-se na obra a própria forma
Transforma-a no seu íntimo movida
Confeccionando-a, nova, em novo mundo
Para a professora Maria Nazaré de Camargo P. Amaral
04 de setembro de 2006
Thursday, June 16, 2011
Análise de conjuntura
Modernidade:
Cada pessoa, um troféu
Cada troféu, uma sina
A cada dobra de um beco
canto escuro e poeirento o vazio
Desalmado e frio
Extermínio:
Corpo oco não pensa
Corpo oco não pesa
Corpo oco de empresa
Corpo oco de entrega
Corpo oco recheio de margarina sem gorduras trans pela metade do preço
Transubstanciação:
Máquina: a flora da terra
"Colhei seus frutos!
e comprai-vos nos mercados!"
Gente é pão, é vinho
Pão é ferro, madeira, couro
Vinho é gasolina, diesel
Oroboros
Tudo o que é sólido desmancha no ar:
Você é real
Você é o real
Vai ser o real
Mais ter o real
Mais ter que um Real
Meu deus é Real
Cada pessoa, um troféu
Cada troféu, uma sina
A cada dobra de um beco
canto escuro e poeirento o vazio
Desalmado e frio
Extermínio:
Corpo oco não pensa
Corpo oco não pesa
Corpo oco de empresa
Corpo oco de entrega
Corpo oco recheio de margarina sem gorduras trans pela metade do preço
Transubstanciação:
Máquina: a flora da terra
"Colhei seus frutos!
e comprai-vos nos mercados!"
Gente é pão, é vinho
Pão é ferro, madeira, couro
Vinho é gasolina, diesel
Oroboros
Tudo o que é sólido desmancha no ar:
Você é real
Você é o real
Vai ser o real
Mais ter o real
Mais ter que um Real
Meu deus é Real
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